Serviços Personalizados
Journal
Artigo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Acessos
Links relacionados
- Similares em SciELO
Compartilhar
Sophia, Colección de Filosofía de la Educación
versão On-line ISSN 1390-8626versão impressa ISSN 1390-3861
Resumo
CORNELIA GOTTSCHALK, Cristiane Maria. Los rituales educativos a la luz de la filosofía del lenguaje de Wittgenstein. Sophia [online]. 2017, n.22, pp.127-148. ISSN 1390-8626. https://doi.org/10.17163/soph.n22.2017.05.
A virada linguística promovida pela segunda fase do pensamento de Wittgenstein, em parte expresso em sua obra Investigações Filosóficas, influenciou fortemente a filosofia contemporânea e levantou novas questões para a filosofia da educação. Além de propiciar uma nova concepção de linguagem, seu novo método filosófico, também conhecido por terapia filosófica, possibilitou o esclarecimento de boa parte dos impasses e paradoxos da filosofia, em particular, os relativos aos conceitos de aprendizado, conhecimento, compreensão, pensamento, entre outros conceitos fundamentais do campo da educação. Meu objetivo neste texto será partir da crítica que Wittgenstein faz das observações do antropólogo britânico Frazer sobre rituais de civilizações antigas (publicada sob o título Observações sobre “O Ramo de Ouro” de Frazer), para esclarecer alguns equívocos educacionais nas pedagogias contemporâneas e apontar para a possibilidade de pedagogias que possam ser “preventivas”, no sentido de se evitar dogmatismos no campo educacional em todos os seus níveis, desde os presentes nas diretrizes mais gerais dos documentos oficiais até os que se instauram nas práticas cotidianas do contexto escolar. A conexão de sua terapia filosófica com as questões educacionais se dará prioritariamente através da ideia de que o contexto escolar também abriga seus rituais, os quais, a nosso ver, possibilitam o esclarecimento das questões sobre ensino e aprendizado, e, consequentemente, uma melhor compreensão do cotidiano escolar. Também recorrerei à uma recente teoria do significado de inspiração wittgensteiniana, a Epistemologia do Uso, para discutir o papel do professor em introduzir o aluno em jogos de linguagem, cujas bases “ritualísticas” de natureza convencional são vistas desta perspectiva epistemológica como sendo a condição para a aquisição de novos sentidos no contexto escolar, possibilitando, assim, a formação de alunos autônomos e críticos.
Palavras-chave : Rituais; persuasão; aprendizado; virada-linguística; Wittgenstein.